sexta-feira, 11 de maio de 2018

Benjamim Santos


Dramaturgo e teatrólogo, Benjamim Santos, nascido em 04 de julho de 1939. Parnaíba tem orgulho do seu filho iluminado: intelectual e artista de ideias... Benjamim Santos possui mente inventiva. Criar não é fácil. Falar ao público infantil sobre as nobrezas universais é obra de mestre. E Benjamim, por intermédio de seu teatro, consegue emocionar o mais frio e maduro dos corações. A linguagem de seus textos é poética, metafórica, sofisticada. Serve-se da cultura e dos cantos populares ( que é seu triunfo); da dramaturgia shakespeareana, mas sem ser trágico; dos eruditos e da literatura clássica.
É encenação viva e intensa. Não há uma personagem marcante e, sim, um lirismo que começa com o nome das próprias personagens e do que disso nasça: Geradora dos lindos botões de flor, Senhora dos ventos, Senhor dos tempos. Benjamim é poeta. Jogou sua imaginação para deslumbrar nos palcos. Premiadíssimo, é considerado por Ana Maria Machado um dos melhores autores de textos para o teatro infantil. Atualmente, o Centro de Pesquisa de Teatro Infantil ( cepetin), do Rio de Janeiro, está preparando uma edição com todas as peças para crianças escritas por Benjamim Santos. 
Filho de Benedito dos Santos Lima e Neusa da Fonseca Lima, aos 18 anos, Benjamim Santos, nascido na Parnaíba, foi para o Recife, onde estudou dois anos na Faculdade de Direito. Em 1961, deixou o curso para trás e, no seminário de Olinda, estudou Filosofia. No Seminário, iniciou sua carreira no teatro como diretor e autor ao dirigir seus primeiros espetáculos: Crime na Catedral, de Eliot, e Quase Ministro, de Machado de Assis. Também no Seminário foi aluno de Ariano Suassuna ( Estética) e escreveu seus primeiros textos para teatro e show. 
Ao voltar para o Recife, em 1964, fez parte do grande movimento de renovação artística ocorrido na cidade e que os poetas definiram como Geração 65. Em dezembro de 1964, um grupo de estudantes secundaristas montou Louvação, um ato de natal escrito em parceria com José Maria Tavares. Fundou o Grupo Construção, com o qual escreveu e dirigiu seu espetáculo profissional: Cantochão, sucesso no Teatro de Arena em 1965. Começou então a escrever uma coluna de crítica de teatro no Jornal do Commercio, que se tornou a principal referência do teatro recifense. 
 No Teatro Popular do Nordeste, grupo criado e coordenado pelo escritor e diretor Hermilo Borba Filho, foi assistente de direção de Hermilo, nos espetáculos O Inspetor, de Gogol; Um inimigo do Povo, de Ibsen; e o Santo Inquérito, de Dias Gomes. Logo depois dirigiu dois espetáculos para o grupo: Antígona, de Sofocles, na bela tradução de Ariano Suassuna, e Andorra, de Max Frish, no mesmo período em que criou e dirigiu shows de música popular com cantores de Recife, com destaque para Paroli, Paroliado, com Zélia Barbosa e Carlos Reis. 
Ao mesmo tempo, fundou o grupo Teatro de Arribação, financiado por uma cooperativa de usineiros pernambucanos, com o objetivo essencial de montar espetáculos para serem apresentados nas diversas usinas de cana de açúcar da zona da mata pernambucana. Ao deixar o Arribação, Benjamim Santos dirigiu o Teatroneco, grupo de teatro de bonecos do Centro de Comunicação do Nordeste (Cecosne), criado pela Madre Escobar, na Faculdade de Filosofia do Recife, até que, em 1969, escreveu e dirigiu A Barca d'ajuda, seu último espetáculo no Recife. No Rio, atuou também na área de show como roteirista e diretor de espetáculos de Ademilde Fonseca, Ângela Maria, Carmem Costa, Conjunto Coisas Nossas, Kleiton e Kledir, Domiguinhos, Elba Ramalho, Francis Hime, Grande Otelo, Henrique Cazes, João Bosco, Márcia Cabral, Maria Lúcia Godoy, Marlene, Miltinho, Miúcha, MPB-4, Nara Leão, Olívia Hime, Roupa Nova, Verônica Sabino, Wanderley Cardoso, Geraldo Azevedo, Cristina Buarque e de vários outros cantores. Livros publicados: Auto de Santo Antônio ( Editorial Paulinas); Sedução de Paris ( Editora Gryphus); Paixão de Cristo ( Editorial Paulinas); Hemingway e Paris ( Editora Gryphus); Conversa de Camarim ( Fundação casa da Cultura do Recife) Benjamim Santos foi dos mais atuantes no movimento de renovação do Teatro Infantil ocorrido no Rio de Janeiro durante a década de setenta. 
Foi um movimento renovador de um teatro que se fazia até então e que era dominado por Maria Clara Machado. Durante Dez anos, esteve à frente desse movimento, ao lado de Sylvia Ortof, Ylo Krugli, Maria Lourdes Martini, Bia Bedan, Maria Lúcia Lacerda. Foi então que escreveu todo o seu teatro para crianças: Senhor Rei, Senhora Rainha Os Três Mosquiteiros Viagem Sideral O Castelo das Sete Torres A Loja das Maravilhas naturais A Donzela Foi à Guerra A Princesa do Mar sem Fim O Pavão Misterioso O Princês do Piauí No Rio de Janeiro, de 1980 a 1999, Benjamim Santos escreveu uma série de textos que foram montados ao ar livre, nos Arcos da Lapa, no Largo da Carioca, na Cinelândia, na Praia de Copacabana e em vários outros pontos da cidade: Paixão de Cristo; Auto de São Sebastião; Auto de Corpus Christi; Auto de Natal; Revista Proclamação da República; Auto do Frei Galvão; Auto de São Francisco; Sonata de Santa Cecília; Domingo de Ramos; A Revoluçao Francesa; Romance de São Jorge. 
Pelo conjunto dos textos de caráter religioso, todos montados sob direção de Ginaldo de Sousa, Benjamim Santos recebeu o Prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, concedido pela Arquidiocese do Rio. Depois que voltou a morar na Parnaíba, onde chegou em 2000, Benjamim Santos foi criador e curador do Museu do Trem do Piauí, na Parnaíba, em 2002; criador e curador da exposição Viva meu Boi de São João, no Sesc Avenida, em 2007; foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação Monsenhor Chaves, que deu seu nome ao Concurso Nacional de Monólogos de 2005, com o Prêmio Benjamim Santos; montou a Exposição Benjamim Santos - 40 anos de teatro Profissional, na Casa da Cultura, de Teresina, organizado pela Fundação Monsenhor Chaves, de 5 a 10 de julho de 2005. Atualmente, é o editor do jornal O Bembém.

Texto por: Diego Mendes Sousa 
Instagram: @benjamim253

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